28 de abril de 2011

Minha Vida de Dragonete - Parte VI

Tive a manhã mais corrida da minha vida, mas no horário marcado, eu estava na fila do check in, de mala e cuia.
Sentia cãibras em lugares que nunca pensei que pudesse sentir. Mas parte da missão já estava cumprida.

As colegas foram chegando, despachando suas bagagens e o clima foi ficando um pouco mais leve.
Chegamos em Fortaleza e fomos direto para o terraço da nossa "casa emprestada", terminar de bordar cerâmicas e pintar algumas peças.

A noite caiu e nós ainda estávamos ali, com secadores sobre roupas recém pintadas, muitas linhas e agulhas, quase todo mundo com a mão na massa.

No dia seguinte, rumamos cedo para o DFB, já que iríamos fazer a prova das roupas e escolher as modelos que iriam nos acompanhar.


Isto é um backstage: tem glamour suficiente para você?


Conhecemos o talentoso e gente finíssima Ivanildo Nunes, que dava os últimos retoques em sua coleção branquíssima e cheia de rendas - ficamos todas de boca aberta com a simplicidade e beleza das peças e a você que não conhece o trabalho, sugiro que pesquise sobre ele.

Esperamos uma eternidade pelas modelos e quando elas chegaram, nos pusemos rapidamente em ação, uma vez que não poderíamos nos demorar muito e atrapalhar o andamento das coleções do dia.
As moças impressionaram os olhos menos treinados com tanta altura e magreza. Mas faz parte, não é?

Esse é a passarela, ficando pronta

O problema é que algumas peças pediam garotas maiores, com muito peito e isso foi tenso. A primeira modelo que experimentou o macaquinho ficou com o busto todo de fora.
A linda Martha Penz destacou-se na lembrança por sua interatividade e simpatia e o incrível Marcus Marla, stylist que nos ajudou com as modelos, fez mágica para conseguir garotas mais adequadas.
Fada madrinha existe, viu menine? Mas têm que trabalhar bastante, senão não merece a graça!


Registramos os looks e os nomes das garotas em fichas numeradas e corremos para casa, finalizar as peças que necessitavam de ajuste.
A saia usada por Martha Penz nessa foto levou horas para ter sua pintura pronta, e Bruna quebrou a cabeça para apertar - na mão - o macaquinho, que ficou perfeito.

Porém, um incidente de última hora nos despertou na manhã seguinte: a saia de crepe melody recém pintada foi deixada "secando" na área externa da casa! Havia um lindo poodle preso perto dela que teria adorado vê-la voando para seu lado, com a forte chuva que caiu em Fortaleza naquela noite.

O resultado da ousadia: a saia não sofreu uma mordida sequer mas levou chuva e parte da tinta escorreu pela barra branca. Como Deus é Pai, encontramos as tintas necessárias para disfarçar a tragédia. Lá fui eu, na manhã do dia do desfile, pintar a barra toda de branco-amarelado e secar a bendita. Mas funcionou.

Com os looks separados em sacolas, com os respectivos acessórios, rumamos mais uma vez para o DFB, onde fomos direto para o backstage, organizar nosso material.
 Cada look é identificado com a ordem de entrada e nome da modelo que vai usá-lo.

A espera foi chata, mas quanto o momento chegou, não levou mais que meia hora :)
As modelos foram chegando e iam direto para o cabelo e maquiagem - não elaboramos nada muito louco, porque nossa coleção era simples de ver e gostar :))



As roupas na arara, separadas pela ordem, tudo organizado.


Conhecemos o grupo que veio do Paraná e compartilhamos a dureza que foi participar do concurso sem patrocínio. Eles tinham R$500,00 para gastar entre os três componentes e foi muito bom para o meu grupo ouvir a história deles: a universidade não deu um centavo, tiraram tudo do bolso, mas estavam determinados a ir e conseguiram ir. Tivemos muita empatia por eles, e muito respeito.

Esse tipo de trabalho tem mesmo esse lance: ou você quer muito fazer, ou fica em casa.
Todo mundo quer trabalhar a criatividade, posar para fotógrafos profissionais e dizer que ficou num backstage, mas poucos saem de casa sob um sol de 40Cº para buscar tecidos ou acordados até as duas e meia da manhã para escrever um release. Ainda bem que o mercado se encarrega desse paradoxo.

A medida que as modelos iam ficando prontas, fomos registrando os resultados, para arquivar junto ao material completo. Olha o make como ficou:


As 16h30 deram o sinal para que começássemos a trabalhar. Todas as modelos chegaram com make e cabelos prontos e pedi que fizessem uma fila na ordem dos looks. Porém, algumas garotas chegaram feito ninjas e se puseram a nos "ajudar"; foram pegando as roupas na arara e eu pedi socorro, porque teríamos que conferir os acessórios para ver se estavam na ordem correta. Tenso, sem necessidade. 

As modelos já enfileiradas na ordem de entrada - e a gente acompanha o desfile pelo monitor 
(e reza...muito).

  Só uma mãe descreveria o que senti ao ver as modelos enfileiradas com a primeira coleção a postos...

Então, já tínhamos público e horário para começar. Cláudio Silveira chegou, pondo ordem na casa enquanto alguns fotógrafos faziam seu trabalho, com as modelos e conosco.

Então, as 17h, o Cláudio deu sinal ao Dj para iniciar. A platéia estava lotada e ficamos bem nervosos.
A música começou e as garotas começaram a entrar, uma a uma. Olhos fixos no monitor, lamentando a presilha de cabelo da primeira modelo caída na passarela e uma das sandálias de laço que desceu perna abaixo - mas até que a assimetria me agradou - e fim!
São 5 minutinhos de desfile, justificando todas as noites mal dormidas, dinheiro gasto, discussões e caras feias, correria - muita correria.

Depois que todas as modelos voltaram à passarela, entramos também. 
Muitos aplausos, gritinhos, acenos para a coordenadora do nosso curso, que estava na platéia, com um sorriso de orelha a orelha e saímos comportadamente, para pular, gritar e chorar no backstage - depois de ver outros grupos passando, tive a certeza de que muita gente conseguiu ouvir a balbúrdia :))

E é isso o que um trabalho bem feito faz:

A profa. emocionada me dando um power abraço \o/

Às modelos e a equipe do DFB...

...nossos agradecimentos sinceros. Foi um grande momento.

Ao grupo de Dragonetes e à professora Cláudia Cyléia, meu eterno agradecimento e carinho.


FIM

26 de abril de 2011

Minha Vida de Dragonete - Parte V

O Resultado da 1a fase:

Viajar por dois dias a trabalho depois da trabalheira da 1a fase foi um alívio - ajudou a tirar a minha cabeça da expectativa do resultado, até porque acho que quase ninguém acreditava que conseguiríamos.
Ouvimos absurdos de colegas. Ao fazer uma pergunta, durante uma aula, um integrante do grupo ouviu: "E você não está concorrendo ao Dragão? Não é a bam-bam-bam?"
Então, manter a cabeça focada no trabalho e longe do concurso foi um descanso.

Mas ao chegar, recebi uma ligação de uma colega muito ofegante:
"Você teve notícias do resultado?"

"Não, acabei de chegar de viagem e estou me arrumando para ir à aula..."

"ESTAMOS NO DRAGÃAAAAOOOO!!!!!"

Minha cabeça parou por 1 minuto.

Uma coleção criada e produzida em pouco mais de 2 semanas. Com todos os detalhes que ainda iríamos produzir, fazer funcionar, testar! Com 1 look pronto com tantas imperfeições, aos olhos dos mestres.
Mas nós vencemos! Vencemos todas as expectativas e as críticas. Foram muitas.

Saí do quarto gritando e os olhos dos meus pais brilhavam.

No primeiro sábado após o resultado, nos reunimos para traçar o cronograma de trabalho para a 2a etapa. Teríamos um carnaval bem no meio e isso significava, realisticamente, a desconcentração de parte do grupo.

Uma das colegas puxou o trabalho todo para si: conhecia uma costureira que nos ajudaria com algumas peças, conhecia sapateiros que nos ajudariam com os sapatos, seu irmão era Dj e cuidaria da trilha, e ela mesma faria os moldes das peças.
Em tese, tudo estaria pronto em 2 semanas, tempo suficiente para testar tudo antes de viajar para Fortaleza!
Em tese.

O carnaval passou e nenhuma modelagem havia sido feita. Três encontros com a professora de modelagem haviam sido furados. As reclamações sobre falta de patrocínio engessaram parte do grupo e alguns membros até cogitaram não ir, para não ter que tirar do próprio bolso.

Em um projeto como esse, é fundamental que as pessoas SAIBAM que haverá custo. Fazer uma coleção, sair do seu estado, transportar-se, alimentar-se - tudo isso custa. Portanto, é importante avaliar se você têm fôlego para participar, antes de aceitar um convite desses.

Elaboramos ofícios e saímos em busca de patrocinadores. Em 1 mês, conseguimos R$ 70,00 de uma importante marca de sapatos (que são caríssimos, aliás). Ouvimos um sem número de "não é possível", "isso não é estratégico para a minha empresa", "não estamos interessados".

Gente...era o Dragão Fashion Brasil! Estaríamos ali a trabalho, acompanhados por uma professora.
Mas essa foi a realidade da maioria dos grupos que participaram do concurso Novos Talentos.
Quase tudo saiu dos próprios bolsos. Foi chocante, inclusive para o Cláudio Silveira.

Fizemos uma rifa que ajudou as despesas de traslados e alimentação. Conseguimos, no último minuto antes da viagem, uma ajuda de custo com a faculdade e conseguimos nos estruturar para viajar e pagar o grosso do material.  E quando digo o "grosso", significa dizer que fui ressarcida na passagem aérea e no valor dos tecidos; a tinta da minha impressora, meu papel, minha cola, a grana dos estacionamentos das visitas feitas a lojas de tecidos no centro da cidade, ao combustível do meu carro para ir a lojas, ir buscar colegas para prova de roupa, ir à casa da costureira duas ou três vezes, e a das colegas, todo o material de papelaria importante para se ter em mãos num backstage (cola quente, alfinetes, fita etc), tudo saiu do meu bolsinho e não viu a cor do ressarcimento.

Quando se viaja para outro estado, com uma coleção cheia de cerâmica bordada, não dá pra andar de ônibus, com tudo chacoalhando.  Fomos de avião, com as peças mais delicadas em bagagens de mão, ultra embrulhadas em papel-bolha. Ficamos hospedados na casa de um parente de um dos componentes do grupo. Orçamento, paciência e humores apertadíssimos.

Mas esse não era o maior problema: o tempo corria e nada das roupas aparecerem.
A primeira peça que foi entregue à colega modelista apareceu numa segunda-feira, antes da nossa viagem. Eram 7 metros de um cetim aveludado e degradê, belíssimo, que foi cortado aparentemente sem modelagem e costurado com os degradês se chocando. Não tinha nada a ver com o que estava no croqui.
Ficamos sem palavras. O tecido tinha me custado R$279,00. Nem se tivéssemos essa grana, conseguiríamos outra peça, porque o que havia restado na loja, não daria nem para a metade.
Porém, só aí o grupo acordou.

Estávamos a praticamente 1 semana da viagem, não tínhamos a coleção, apenas os tecidos (que eu havia comprado sozinha). Bateu o desespero nas menines, que não entendiam a minha calma. Eu estava calma porque agora o trabalho ia sair.

Os acessórios foram finalizados no sábado pré-viagem. As peças que vieram da costureira-auxiliar não agradaram, mas eram o que nós tínhamos e foram pintadas também no final de semana pré-viagem.
Meu terraço era um emaranhado de cerâmicas, linhas, agulhas, olhos arregalados, respirações ofegantes, tintas e cordões de macramé.

Corremos atrás de trilha, sapateiros, peças de camurça, tintas e tudo o mais!

No domingo, véspera da nossa viagem, passei a tarde toda com a costureira-auxiliar que entregou o vestido de cetim degradê (outra peça comprada - 9m desta vez) e tinha "esquecido" o detalhe do busto e não pensou que "fosse ela a fazer". Nos cobrou R$ 120,00 pelo vestido e não pensou que teria que fazer o detalhe do decote. Vocês também não amam viver nesse mundo?

Além dessa correria toda, várias coisas foram pedidas de um dia para o outro (provavelmente porque a organização cria que nós já tínhamos a coleção prontíssima e estávamos em sessões de relaxamento pré-evento).

Os nomes que ficariam no backstage deram cor à tensão de egos. Uma pergunta ficou na minha cabeça: por quê as pessoas que trabalham menos acreditam com toda a sua fé que devem estar num backstage?

Se não sabem explicar o conceito da coleção, não desenharam os looks, não os produziram, não opinaram sobre os desenhos técnicos ou escolheram tecidos - sequer os compraram. Então, por quê isso?
Mas o que parece surto aconteceu e deu uma baita dor de cabeça.
No fim, todos entraram.
Uns trabalhando, outros tirando fotos.

24 de abril de 2011

Minha Vida de Dragonete - Parte IV

 Nas duas noites que antecederam o envio do portfólio e do look, dormimos pouco e trabalhamos muito. Ficávamos discutindo detalhes por msn até 02h:30 da manhã.

Felizmente, tínhamos uma modelista talentosa, a Bruna, que ajudou com os desenhos técnicos e criou os acessórios - presilhas de cabelo, cintos e pulseiras foram feitas com o macramé que eu tanto queria, sapatos (os de "cano longo" foram feitos com saco de batata e adornados com cerâmicas) e usou seus conhecimentos pessoais para fazer o make.

Fiz o scaneamento dos tecidos, que foram impressos em A3 e recortados para o portfólio e kilos de papel panamá serviram de fundo para as colagens. Também gastamos 2 tubos de "textura" e tinta cerâmica para a capa do portfólio, que ficou assim:
                             

 No último dia para recebimento das inscrições, acordei as 06h:30, engoli um café e fui buscar a Tamara, para irmos juntas à casa da Bruna, terminar o portfólio. As sandálias que havíamos conseguido não iam nos servir - fomos as duas à pé até o Centro Artesanal do Mocambinho onde batemos nas portas de todos os sapateiros que conseguimos; encontramos nossa sandália, mas ela não estava à venda: fazia parte de uma encomenda, para uma loja no centro da cidade.

Liguei para o meu irmão e ele voou até lá, para comprar camurça e a bendita sandália, que customizamos com cerâmicas:
 
Tamara e eu não conseguimos sentar para almoçar! Colamos o que faltava e corremos para a faculdade encontrar a professora e outra colega que havia feito o look 1. Finalizamos o preenchimento do formulário, fotografamos os desenhos e corremos para o Correio.

Após me certificar de que o sedex funcionaria até as 17h, fomos a um dos shoppings da cidade, encontrar uma caixa que coubesse nosso portfólio enorme e nosso look completo (vestido, acessórios e sapato).

Enquanto parte do grupo cuidava de embalar o material, eu corria atrás de uma caixa grande o suficiente - e a encontrei numa sapataria. Embalagem pronta, endereço conferido e foi!
Nossa inscrição seguiu viagem as 16h:20 e a partir dali, ficamos na torcida.

22 de abril de 2011

Minha Vida de Dragonete - Parte III

Trabalhamos um sábado inteiro desenvolvendo a coleção, através dos conceitos que desenvolvi após a pesquisa e com os acertos técnicos das duas colegas que cuidariam da modelagem. Na segunda, as primeiras idéias estavam prontas para serem avaliadas pela professora.

"Os looks estão simples demais para as passarelas". Além disso, meus croquis tinham proporções demasiada mente humanas - tal como aprendemos durante 1 ano de curso de desenho de moda!
Mas não era isso o que um portfólio para um concurso pedia.

Assim, foram 3 versões de croquis, até chegar às versões finais.

Um croqui estilizado necessita do domínio das proporções humanas e do desenvolvimento artístico pessoal...e decididamente não havia tempo para que tal desenvolvimento se desse à perfeição. 

Durante a primeira fase do projeto, eu visitei lojas de tecidos, pesquisei, desenvolvi o release, desenhei a coleção (elaborando 3 croquis até chegar a algo aceitável como "estilizado"), mas estava ficando preocupada. Nem todos os colegas pareciam estar no mesmo ritmo de produção.

Decididamente, neste trabalho, compartilhamos segredos.
Não segredos de traições ou conchavos. 
Segredos sobre paciência. 

Sobre conhecer e respeitar pessoas que aceitaram um desafio com obstinação, deram o que podiam dar e celebraram muito tudo o que conseguimos. 



21 de abril de 2011

Minha Vida de Dragonete - Parte II

O grupo de alunos deveria ser composto de 4 a 6 pessoas. Optamos por chamar os colegas que já mostravam interesse pelo evento, que se dispuseram a ir à palestra do Cláudio Silveira e que tinham competências a somar, concretamente.
Algumas pessoas recusaram por falta de tempo e excesso de ocupação.
Outras foram convidadas por descuido dos colegas - se tínhamos um limite de 6 pessoas, por quê alguém iria sair convidando 7 ou 10 colegas? Mas aconteceu e o resultado foi que:
- Algumas pessoas se chatearam por terem sido convidadas e depois ficaram no vazio;
- Para não se indispor com os amigos, alguns colegas jogavam diziam que o "grupo" já tinha escolhido fulano e beltrano.

Cada membro do grupo foi cobrado pelos amigos e por professores sobre não ter sido chamado a participar e isso me surpreendeu, porque o concurso é público e a iniciativa é um prazer de cada ser humano. Nunca havíamos falado disso em sala de aula. Nunca tínhamos sido convidados por ninguém. Nós nos convidamos e chamamos pessoas que imaginávamos que teriam a contribuir, num prazo muito, muito apertado.

E foi aos trancos e barrancos, que o grupo foi formado 3 dias depois da palestra do Cláudio Silveira.
Tínhamos uma coleção para desenvolver e aprontar 1 look completo em mais ou menos 2 semanas.

Assim, todas as primeiras idéias que apareceram foram usadas, sem tempo para amadurecer.
Os primeiros conceitos, os primeiros tecidos nas primeiras lojas, os primeiros desenhos. Tínhamos consciência de que faltava maturidade ao trabalho, mas encaramos o risco e fomos em frente. Participar do evento era a nossa obstinação e precisávamos cumprir o prazo.

Pensar num sub-tema para o tema do concurso, Artesanias, foi fácil. Afinal, vivemos no nordeste e o que não falta aqui são idéias sobre artesanias. Mas não queríamos o óbvio.
Pensamos em cabaças, em lendas nordestinas como o cabeça de cuia, em cheiros, sons, cores e imagens até que uma luz apontou no horizonte.

As cerâmicas faziam parte da arte não só em nosso estado, mas em todo o nordeste. Enquanto ia aprofundando a pesquisa, descobri tipos de cerâmicas em outros lugares e países, formas que nem sempre eram trabalhadas por aqui, usos que não eram feitos aqui. Então, concluí que fazer um trabalho sobre cerâmica, com o tempo que dispunha para completar a pesquisa, seria fatal.

Eis a idéia que apresentei: Vamos fazer um trabalho sobre as formas das cerâmicas, independente de onde elas vêm, como são preparadas ou das cores. Vamos celebrar essa união antiqüíssima entre criatividade do Homem, sua habilidade manual e a matéria, a argila.
Com isso, escaparíamos dos regionalismos, não entraríamos nos detalhes sobre tipos de cerâmicas e as culturas que as produziam.

Usaríamos a criatividade e habilidade do artesão, que ficam impressas em cada parte perfeita e principalmente imperfeita da peça pronta. 


As marcas dos seus dedos nas tintas, as direções que eles tomaram, o ritmo com que pintou a peça. A cerâmica carrega seu criador em cada detalhe. 




Usaríamos o movimento da argila, água e mão, as cores do cozimento, os movimentos das tintas e da argila cozida e transformada em cerâmica, com seus riscos, pingos e voltas. 

Chamamos nossa coleção de "Formas e Movimentos". 

18 de abril de 2011

Minha Vida de Dragonete - Parte I

Dragonete é o apelido que as pessoas do curso de moda da faculdade XXXXXXXX dão às pessoas que participam do evento Dragão Fashion.

Mas eu nunca sonhei em ser Dragonete. No fantástico mundo de Danielle Chinaski, não haviam Dragões. Até que.

A idéia de participar do Dragão Fashion Brasil surgiu durante uma palestra que Cláudio Silveira fez em Fruteirinha Florida, cidade onde vivo, numa faculdade que estava celebrando a inauguração de seu curso de moda ( o terceiro da cidade!)

Naquela noite chuvosa,  Chinaski não estava feliz. Em seu caminho de aluna de design de moda, haviam apenas pedras e caretas.

Cláudio Silveira continuava a falar, movimentando-se de um lado para outro do pequeno palco, numa explanação vibrante de seu projeto. Havia urgência em sua voz. "Capacitem-se", dizia ele. "Invistam".
Sim, o momento estava logo ali, esperando o nosso talento.

A medida em que o Cláudio falava sobre seu sonho e todos os dragões que ele havia matado (e continuava matando) para realizá-lo, percebi que estava apenas caminhando num ritmo inadequado, prestando atenção às faces erradas. O sonho não havia acabado! Haviam matadores de dragões pelo mundo, milhares deles, corajosos e talentosos, que não me deixariam desanimar.

Saí dali e agarrei os primeiros 3 colegas que vi pela frente e disparei: "Gente, vamos participar do DFB?"
Talvez eles tenham pensado, num primeiro momento, que eu estava em surto...porque as expressões foram as melhores :))
Pareciam ter levado um tapa na cara, mas balbuciaram um "vamos ver".
Em três dias tínhamos um grupo e uma professora orientadora.

Tínhamos uma coordenadora totalmente encantada. E tínhamos 1 semana para criar, desenvolver uma coleção, montar um portfólio com todos os acessórios e detalhes, e um look completo para enviar à Fortaleza, no último dia de inscrição do concurso Novos Talentos 2011.

Naquela noite, Chinaski não dormiu. Quando o galo cantou, ela já estava com o regulamento lido, cronograma feito, tema na cabeça e um sub-tema a explorar.


17 de abril de 2011

DRAGÃO FASHION BRASIL - Concurso dos Novos Talentos 2011

Olá menines!

Acabo de retornar da linda Fortaleza, onde participei do meu primeiro concurso de design de moda, com a coleção Formas e Movimentos no concurso dos novos talentos DFB 2011.
O desfile, vocês conferem aqui:



www.youtube.com
Concurso dos Novos 2011 no Dragão Fashion Brasil 2011 Maiores Informações:www.dragaofashion.com.br www.dfhouse.com.br


Confiram o diário que estou fazendo de todo o processo, com causos, contos e lendas!
Bjos!

Dani. Chinaski