19 de setembro de 2013

Chinaskiando em Portugal - Capítulo 3



O hotel que escolhemos para ficar em Lisboa foi o Evidência Astoria, um três estrelas muito bonitinho, com boa localização, um staff super simpático e prestativo (desde a gerente ao pessoal de limpeza), café da manhã bem completinho e acomodações limpas e confortáveis. 

Porém, como em vários outros sítios, a acessibilidade deixa um pouco a desejar: não se acessa os elevadores sem atravessar escadas. 

Fora isso, a estadia foi maravilhosa!

Lisboa é a capital e a maior cidade de Portugal. O clima nessa época do ano (Julho-Agosto) é bem quente mas ventilado. 

Há lugares incríveis para se visitar mas o bom mesmo é caminhar pelas ruas, praças bem cuidadas (essa da foto é a Praça Marquês de Pombal; no centro vê-se o monumento dedicado ao Marquês), prédios com arquitetura interessante e absorver um pouco do viver lisboeta. 

A cidade estava lotada de turistas de várias partes do mundo e segundo a gerente do nosso hotel, esse bom índice turístico tem se prolongado durante todo o ano, e não só no período de verão. Isso é fantástico, principalmente porque o país atravessa um período econômico desfavorável. Mas se depender do entusiasmo dos turistas, essa crise será bem superada.

 Meu roteiro incluíu uma descida até a Praça do Comércio, também conhecida como Terreiro do Paço, que é a principal praça da cidade. É imensa, cercada pelo Complexo Ministerial (os prédios amarelos onde funcionam departamentos dos ministérios do Governo Português, bancos e setores voltados ao turismo) e no centro, vê-se a estátua de D. José I, impontente sobre o seu cavalo.  Ao fundo, vê-se o lindíssimo Arco Triunfal da Augusta (na ocasião da minha visita, ainda se encontrava em obras). À frente, vê-se o rio Tejo.
Ali, pode-se pedir uma bebida para refrescar do calorão no café Martinho da Arcada - é um dos mais antigos da cidade. Os gelados (sorvetes) são irrestíveis!


A rua Augusta é super longa e vai desde o Arco, no início da Praça do Comércio até a entrada para a Baixa, no lado oposto.
Pelo caminho, há várias lojas com produtos super variados - desde as típicas lembrancinhas portuguesas à louças refinadas, roupas, produtos de artesanato (os produtos a base de cortiça estão em alta), banquinhas de produtos como pães, bolos, broas e licores.

Somos suspeitas para falar das broas, porque adoramos, mas o sabor é inigualável! Vale comer pura, com azeite, com molho...do jeito que você quiser. O pão de ló também é outro imperdível!

Vale ter cuidado com frituras e doces, pois são a base de ovos - se comer demais, pode ter uma indigestão - e caprichar na água, porque nessa época do ano, Lisboa ferve! 


As lojinhas de suvenires vendem produtos semelhantes, mas se você vai levar lembrancinhas pra casa, é melhor que as compre aqui; nas cidades menores são ainda mais caros...
Sentar num café e admirar o vai e vem das pessoas é uma diversão à parte. Pra quem gosta de moda, então...é um deleite! Por causa do calor, as peças mais fresquinhas estiveram na preferência: leggins, vestidos médios e curtos de crepe, blusas e coletes de renda (versões muito semelhantes do que se encontra em Fortaleza), shorts jeans muito curtos, vestidos longos de malha e chinelos foram itens facilmente observados pelas ruas de Lisboa, entre as turistas.

Todas as ruas, no entorno da Rua Augusta, estavam assim: lotadas de gente em ritmo de férias!

Olha o Arco da Augusta ao fundo! As ruas também tinham atrações particulares: não raro encontra-se algum tipo de apresentação artística, grupos de cantores e até gravação de programas locais sobre o movimento das férias.
Uma atração bem bacana é o elevador de Santa Justa, numa das ruas paralelas à rua Augusta, a rua do Ouro. Contornando o elevador, vê-se umas escadarias que levam à rua do Carmo - com um mapa da cidade, consegue-se percorrer vários lugares interessantes que são relativamente próximos uns dos outros. Mas esse elevador vale a visita: ao contrário do que muita gente pensa, ele não foi construído por Gustave Eiffel, embora também seja de ferro e decorada com rendilhos que lembram a Torre Eiffel. Lá do alto, tem-se uma vista incrível - dá pra ver até o Castelo de São Jorge. As filas costumam ficar enormes e a galera não se intimida com o sol não.

 
 Nas proximidades do elevador, encontra-se lojas que compram e vendem ouro e prata, bijuterias, leques e outras miudezas.

Olha as quinquilharias que fui encontrando: pulseirinhas feitas com fita métrica e muita coisa de base artesanal.

Aliás, bijuterias artesanais vendem bem por lá! Achei uns colares e anéis lindos numas bancas próximas dali, com várias técnicas artesanais e materiais bem variados e algumas peças em prata, de estilo mais hippie. 

Muita coisa pra garimpar!



Continuamos no próximo capítulo!







 


17 de setembro de 2013

Chinaskiando em Portugal - Capítulo 2




O dia amanheceu, o fuso horário mudou!

O aeroporto de Lisboa ficou lindo após uma grande reforma. O salão onde os passageiros se apresentam à polícia de imigração ficou super bonito e bem iluminado. 

Se você está em conexão, é bom dirigir-se ao funcionário que fica pelas proximidades para avisar - embora não tenha muita certeza de que vá funcionar. Ouvi de um turista que ao chegar atrasado de um outro vôo e se identificar para o funcionário que precisava de prioridade para se apresentar à polícia de imigração e pegar o vôo seguinte, ouviu deste: "A companhia que se vire!".
É prudente avisar ao seu agente de viagem sobre esse detalhe antes de comprar as passagens. A espera na fila para apresentação de documentação pode chegar a 1 hora.

A primeira aventura é passar pela longa fila de apresentação à polícia de imigração. Como ainda não tenho documentos para a ala vip (leia-se dupla cidadania), divido calmamente o meu quadrado com pessoas africanas que sempre me chamam a atenção para o seu visual. 
As moças chegam com vestidos longos de cetim e renda, pés e mãos decorados com henna, longas tranças rasta cheias de glitter (juro!) e muito maquiadas. Alguns usam caftãs enormes, muito estampados, com cores fortes e turbantes. É outro mundo!

Ao se apresentar à polícia de imigração é bom já ter os documentos separados. Passaporte, endereços onde vai ficar, cartas-convite ou confirmação das reservas dos hotéis...
Peça orientação ao seu agente de viagem e a amigos que já viajaram e se organize para não ter problema.
Saindo da apresentação de documentos, outra aventura se inicia: reencontrar suas malas!
O aeroporto tem placas de localização e você encontra as esteiras onde as bagagens deveriam estar rapidamente. Deveriam!

O problema é que, enquanto você está na fila de apresentação, outros dez vôos chegaram e corre-se o risco de não encontrar mais o seu vôo e a esteira referente na enorme placa de informação que é atualizada o tempo todo.

Após aguardar uns minutos diante da primeira esteira, resolvi ir até dois seguranças que estavam  por ali e ver se conseguia alguma informação. Um deles parecia uma versão careca do Sid Vicious então falei com o seu colega que tinha uma carinha mais respeitável.

O cidadão me deu uma resposta atravessada, mas Sid virou-se calmamente e me explicou que eu deveria olhar a enorme placa onde os vôos, seus destinos de origem, horários e os nº referentes às esteiras de cada um. Eu havia feito isso. E meu vôo não estava mais lá!

Eis que aparece o coelho branco um funcionário que ocupava-se com a organização dos carrinhos de bagagem. Perguntado sobre o possível destino das nossas bagagens, o homenzinho subiu num carrinho motorizado e disse Follow Me! 

Lembra a cena da estação de trem onde Neo ficou perdido, que se situava entre a Matrix e o mundo real? Esse lugar existe, gente!!!

Há salas imensas com outras tantas esteiras, de vôos que já chegaram há tempos e cujas bagagens ficam esperando os donos sozinhas. Então, avistei nossas malas, silenciosas em esteiras paradas. Que alegria! Chegaram todas! E com o plástificado intacto! Nenhuma rodinha quebrada! YES!

Pus uma a uma em dois carrinhos (não há carregadores de malas em Portugal, viu menines do braço fino? Nem em aeroportos, nem em estações de trem ou hotéis. Mas chegaremos à isso em breve) e seguimos caminho.

Na saída do desembarque, aproveitei para fazer minha primeira compra: um cartão telefônico, que me custou 10 euros (tem de 5,00, de 10,00 ...) e são úteis para ligar para o Brasil. Através de um código, ele te dá desconto no preço das ligações e dá pra ficar umas 2 horas ou mais direto ao telefone numa chamada interurbana. Bom, né? O meu durou o mês inteiro!

Pegar um táxi na saída do aeroporto não é exatamente fácil. A gente percorre uma calçada inclinada com um carrinho cheio de malas e depois avança por um estreito corredor de metal (bem semelhante ao que as vacas percorrem para serem vacinadas, sabe?) que leva até a porta do táxi. Seria mais fácil sem aquele corredorzinho, mas nessa altura, nada tira a sua alegria.

Sigamos!

Nosso taxista andou uns 10 minutos a uns 120 km/h, dando freadas bruscas e tirando fino dos outros e nos últimos 20 metros, arrastou-se a 30 km/h.

Embora Portugal seja um país antigo e sua população tenha um índice populacional idoso considerável - como toda a Europa - é de esperar que seja um lugar acessível. Só que não. 

Nosso hotel ficava de frente para uma avenida. A calçada que separava a avenida da porta do hotel tinha uns bons metros para atravessar. O taxista não pode levar as malas até a porta porque o carro fica parado na avenida muito próximo a um ponto de ônibus; ele só tira a bagagem do carro e as coloca na calçada. Como minha mãe me acompanhava, ela ficou com as nossas bagagens na calçada, enquanto eu ia e voltava do saguão. 

Uma vez no hotel... (Confere no próximo post!)


Chinaskiando em Portugal - O início




Olá menines!

Tivemos um intervalo bom por aqui, não é? 
E a casa está com novos ares! A mudança, assim como tudo na vida, é o prenuncio de novidades e boas leituras. Mas deixemos as surpresas para o seu devido tempo.

Bem, vou resgatar nossa conversa contando para vocês sobre minha recente viagem (a primeira de férias em muitos anos) e que lhes poderá ser um passatempo ou uma fonte de pesquisa. Isso é com vocês!

Para quem não sabe, minha família materna é portuguesa.
Assim, Portugal é sempre o país referência para uma viagem de férias pois, além de reencontrar a família, sempre há algo por descobrir nessa terra e é bonito ver a conexão afetiva que a maior parte deles têm com o Brasil. 

Bom, ir à Portugal não é uma tarefa simples nem barata. É necessário um orçamento e roteiro bem planejados, muita paciência, muita diplomacia e boa vontade.

Como a minha cidade não têm um aeroporto internacional, preciso obrigatoriamente comprar dois trechos: um nacional e o internacional. Como moro em Teresina, sair por Fortaleza é a melhor opção.

O primeiro desafio é organizar as malas: um mês de férias, com eventos variados, exige algum planejamento, especialmente porque o clima varia muito; têm-se temperaturas muito altas na maior parte do dia, mas sempre faz um friozinho a noite. Então, mesmo no verão, um casaquinho é necessário.
Os trechos nacionais dão direito à duas malas grandes com 23 kg e uma mala pequena de até 5 kg. (é bom checar as dimensões das malas de mão nos próprios sites das companhias! Houve mudanças e muita gente precisou despachar a mala de mão de última hora por estar desinformado)

O problema é que a própria mala já tem um peso considerável, então, a ginástica para encaixar itens necessários, prováveis e simplesmente lindinhos é grande. Ainda assim tive que despachar tudo - as malas de mão estavam com quase o dobro do peso máximo :(

Solicitei despacho das malas só até Fortaleza. Lá, eu faria a troca de alguns itens mais pesadinhos para as malas maiores, que estavam abaixo do limite.

Entre o horário de chegada para o check in e o embarque para Fortaleza (12:40h), aguardamos umas duas horas e meia. Como era hora do almoço, deu aquela fome e resolvemos fazer um lanchinho.

Preço do (almoço) lanchinho:R$ 11,00 por um pastel de forno.
Acredite se quiser!

Uma vez em Fortaleza, reuni minhas malas, transferi itens pesados para as malas grandes e consegui levar a minha mala de mão em cima.

Como já tive problemas com malas quebradas então sempre as despacho protegidas pelo serviço da Protec Bag (R$ 35,00/ mala). Não é barato mas compensa: as malas chegam protegidas de rasgões, (muita) sujeira e zíperes quebrados pelos ninjas. 

Na fila do check in é importante manter os olhos nos seus pertences. Evito alimentar conversa com pessoas estranhas ou levar encomendas delas. Às vezes, isso é uma roubada!

No check in, um evento aconteceu e vou narrar para que você fique esperto na próxima vez que for despachar malas:
Logo que a gente faz a pesagem da mala, a funcionária preenche uma etiqueta e a coloca, em geral, junto ao seu bilhete, para que você possa retirar a mala no seu destino.

Como eu fora obrigada a despachar minha mala de mão mas queria viajar com ela no trecho maior, solicitei que a bagagem não fosse direto para Lisboa e sim para Fortaleza. Assim, quando cheguei, retirei a bagagem da esteira, sem problemas.

Porém, a funcionária da Tap, por um engano, me informou que eu não poderia despachar minhas malas por que havia um limite de despache (2 malas grandes e 1 pequena/passageiro) elas já tinham sido despachadas para Lisboa.

Graças a Deus, tinha guardado as etiquetas de despacho do trecho Teresina-Fortaleza na bolsa, e ao apresentá-las, a senhora percebeu o erro. Se não tivesse essa comprovação, teria que viajar sem mala nenhuma!!! 
Então, aprendi essa lição: confira no check in se as etiquetas da sua bagagem foram corretamente preenchidas (destino, peso, nome do passageiro). Isso evita, dentre outras dores de cabeça, que sua bagagem seja extraviada!
 
Depois de feito do check in, mais espera até podermos entrar para a sala de embarque.
Aqui, a gente passa por uma revisão de bagagem e de documentos.

Vale lembrar que cada passageiro pode levar na mala de mão seus frasquinhos de líquido com ATÉ 100 ml, devidamente embalados em sacos transparentes, tipo zip zap. TODOS os itens devem caber em UM único saco (que pode ser do tamanho da sua malinha, não importa). Mas a regra é um saco com itens líquidos de até 100ml por passageiro.
Finalmente embarcamos às 19:45h rumo à Lisboa.
Observações sobre a viagem:

- Os comissários de bordo despejam uma boa quantidade de inseticida dentro do avião para nos livrar dos mosquitos e evitar levá-los de um continente para outro (bem que o aeroporto tá precisando de dedetização também...).
- Há um canal na tv que nunca vejo: aquele que mostra o mapinha e o nosso avião voando livre, leve e solto por cima do oceano...por 6 horas. É meio aflitivo.
- Consegui assistir A Vida de Pi durante o vôo! Já tinha desistido de vê-lo no cinema...
- Fui descobrindo o fado new generation e me encantei! Ouça essa!